Capillas de Mármol 

Euvaldo Pinho*/CB
Ed. 118 março 2021

Inegavelmente é muito longe. Para quem almeja ir rodando de carro o ideal é ir em um 4x4, porém para quem comunga em que não importa muito o local a ser visitado e sim ir curtindo pelo caminho, conhecendo as localidades, as culturas e pessoas, é SENSACIONAL!!!!!!!!... Optamos  ir pelo Chile pois lá nos sentimos muito acolhidos e protegidos; que país sério, seguro e respeitador.  

Chegamos em Puerto Rio Tranquilo, uma Comuna Chilena na Província de General Carrera, Região de Aisén, na famosa Carretera Austral, lá pelas 15h e em função do adiantado da hora, optamos seguir diretamente a um pequeno atracadouro, o qual já conhecíamos, onde existe um grande chalé, para locação, com dois quartos, cozinha, banheiro e uma aconchegante sala de estar com lareira. 

O sol já estava baixando e a mudança de tempo já se aproximava, meus companheiros decidiram então em abortar o passeio comigo devido ao frio intenso que já começava a castigar com ventos cortantes além do receio das ondas no lago, que por consequência aumentavam de tamanho. Enquanto os três se ocuparam em aprontar o nosso novo lar por uma noite, eu devidamente agasalhado e juntamente com o barqueiro partimos de barco com o equipamento fotográfico em punho, com vento a favor e um potente motor que nos levou diretamente ao ponto, em 30 minutos. Via internet já tinha visualizado anteriormente as Capillas e dando asas à minha imaginação, sem falar na expectativa de ver in loco aquele espetáculo do nosso destino atual, segui em frente. 

Um complexo de túneis e cavernas esculpidas no mármore, lapidados pela erosão formam as famosíssimas Capelas e Catedral de Mármore. Na realidade é que a natureza  nos presenteou com uma cadeia de montanhas de mármore que descem até a margem deste famoso Lago. É algo surreal e grandioso. A natureza esculpiu para nós com a força dos ventos e das águas de um azul inigualável, essas espetaculares esculturas de belas formas e cores, com desenhos arrodeados e pontiagudos. 

Não direi que tive azar em chegar no fim da tarde,  pois tive sorte em ter convencido o barqueiro a me conduzir naquela hora já não muito propícia. Como bom conhecedor dos ventos e das águas achei por bem garantir a ida. Fiz mais de 800 fotos, dentre as quais escolhi as melhores para esta edição. Lá chegando, e usando um pouco da minha diplomacia, juntamente com meu companheiro náutico, amarramos o barco de maneira a não causar danos e desembarcamos passando a clicar por dentro das esculturas e de dentro a fora, o que não é usual. Inclusive registrando a minha presença nesse local, porque não dizer sagrado, em um silêncio somente quebrado pelo barulho das águas e do vento. 

Ao retornamos para a base, onde nos esperavam com a lareira acesa e um churrasco chileno com batatas e salada comprados em Rio Tranquilo, que fica a menos de um quilometro, e só tem um posto de gasolina, um hotel restaurante e poucos residentes, só me restou compartilhar com meus companheiros as imagens obtidas. 

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Quando os outros expedicionários viram as fotos, que poderiam estar melhores caso estivesse com o sol brilhando, ficaram encantados e logo combinamos retornar no dia seguinte pela manhã, para que também tivessem acesso a essa maravilha da natureza.  

Com imenso prazer compartilho o que vejo e vivo "Por Aí" com vocês, meus fiéis seguidores. 

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*Euvaldo Pinho é servidor aposentado da JFBA e colaborador da revista

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