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Arte Mineira
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De volta ao Brasil, Euvaldo Pinho compartilha suas experiências ao visitar Prados e Vitoriano Veloso, em Minas Gerais, onde desfrutou da deliciosa gastronomia mineira e apreciou o artesanato local, mundialmente reconhecido por sua beleza e originalidade.

Arte Mineira Bichinho e Prados

Euvaldo Pinho/TS*
Ed. 92 Set 2018

Após 51 dias de estrada, finalmente retornamos ao lar cheios de histórias para contar. Explico: concluímos mais uma expedição off road pela América do Sul, especificamente pelos Andes. Como sempre fazemos, no retorno, após atravessar a fronteira brasileira, escolhemos alguns novos e/ou antigos lugares para visitarmos antes de chegarmos à nossa casa. Dessa vez, após quatro dias em São Paulo, matando as saudades das netas, filho e nora, seguimos pela rodovia Fernão Dias em direção a Minas Gerais, especificamente para o município de Prados, vizinho a Tiradentes e São João del Rei, precisamente para Vitoriano Veloso – mais conhecido como Bichinho – um lugar muito especial que ficou conhecido como "Polo de Artesãos" graças ao rico e diversificado artesanato por lá produzido.

O motivo principal da visita a Prados e Bichinho foi para que Rosinha, minha "namorida", refizesse e atualizasse seu estoque de material in natura para dar continuidade às suas criações de arte em madeira. Uma das mais inquietantes produções do homem é a arte, daí nossa necessidade de reabastecer o atelier de Ró para que a ela transforme a matéria bruta produzida pelo artesão mineiro, unida com a sua própria arte, em individual expressão artística na criação do belo subjetivo.

Há algum tempo era em Bichinho – histórico vilarejo distante oito quilômetros de Tiradentes e 12 do centro de Prados – que encontrávamos as peças esculpidas em madeira, como flores, divinos, santos, animais etc.

 

Agora em cada casa-atelier somente se adquire as obras já prontas e belíssimas, misturadas a outros trabalhos, formando verdadeiras galerias.

 

Bichinho se resume praticamente a uma grande rua onde quase todas as residências foram transformadas em casas comerciais, da lanchonete com seus pães de queijo às lojas de artesanato, pousadas etc.

Um dos locais que mais atrai atenção em Bichinho é a curiosa Casa Torta, onde funciona um teatro, uma cafeteria, uma lojinha de artesanato e um bistrô. A proposta é estimular a criatividade e a imaginação de cada visitante que se surpreende com uma construção fora de esquadro, do alicerce às paredes, fugindo às regras de arquitetura e engenharia. O ideal é reservar um dia inteiro para passear por lá, degustando a comida mineira, pousando em suas acomodações e se deslumbrando com seus artesanatos de muito bom gosto.

Após percorrermos Bichinho, fonte de inspiração, seguimos para Prados, que é cercada por ambientes ecológicos como a Serra de São José e o trecho da Estrada Real, que faz da cidade um forte núcleo turístico. A relação entre o turismo e o artesanato é óbvia, pois um não sobrevive sem o outro. O artesanato é a identidade do local, e para lá o turista segue em busca de reter para si uma parte dessa cultura mineira no seu acervo particular.

O artesanato em Prados surgiu na década de 1960, com a família Julião, da qual tenho em meu poder um tubarão com mais de um metro de comprimento, esculpido em peroba, adquirido na Vila Caraças (arredores de Prados), especializada em grandes esculturas, principalmente os famosos leões de grande porte. O artesanato de Prados é, hoje, um dos maiores geradores de emprego e renda do município e tem reconhecimento mundial. Mais uma vez, movido pela beleza das esculturas, adquiri três estilosos galos.

Em resumo, quem puder e quiser reviver a Estrada Real ou o Caminho Real, a maior rota turística do Brasil com mais de 1.600 km de extensão, passando por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, terá a sua disposição muito colírio, história e possibilidade de adquirir peças originais, contando, ainda, com visitação às igrejas tão belas quanto simples.

Muito colorido e traços disformes poderão ser encontrados, porém muito cuidado com o torresmo do tutu de feijão, pois quebrei um dente (risos). Um caso à parte é comer no restaurante Grotão, num recanto um pouco afastado de Prados, de difícil acesso, mas extremamente compensador. E não se esqueçam de degustar a tão famosa cachaça mineira e de, se possível, visitar um alambique. Um dos que gosto e recomendo é o Bocaina, na cidade de Lavras/MG.

*Euvaldo Pinho é servidor aposentado da JFBA e colaborador da revista

Legendas e fotos do autor

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