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Resquícios do Vulcão da ilha de Santorini 

Viajando na pandemia – O resto de uma Caldeira Vulcânica é uma das mais belas visualizações que o ser humano pode apreciar em Santorini, cuja capital chama-se Thira. Após diversas pesquisas foi esta a escolhida para iniciarmos nossa peregrinação pelo Mar Egeu. No topo, toda branca, fica a tão famosa Santorini em um super penhasco debruçado sobre um mar azul espelhado, onde as janelas e portas das casas são azuis, as paredes e muros são caiadas de branco. Realmente, quando se visualiza os restos de uma explosão vulcânica, geralmente enxergamos destroços e mais destroços de rochas e larvas vulcânicas. Este é o caso da ilha Nea Kameni, vizinha a Santorini, onde se visualiza de perto os resquícios do vulcão com sua cratera e fontes de águas termais. Do outro lado do penhasco de Santorini está Oia, que renasceu das cinzas como uma Fênix, uma pequena vila na extremidade da ilha onde se assiste o mais belo Pôr do Sol do Mundo. Realmente é algo surreal... 

Euvaldo Pinho*/CB
Ed. 117 fevereiro 2021

Para executar essa façanha de maneira aventureira, o ideal é escolher quatro casais bem inter-relacionados, alugar um veleiro de 50 pés na Moorings, ou similar, Locadora de Yacht para Charters, que contenha quatro suítes para os hospedes e mais uma para a tripulação, incluindo o Skipper (capitão e responsável pelo veleiro) e daí singrar os mares da Grécia. Após a escolha das ilhas que desejam conhecer, cada uma em pelo menos dois a três dias, entre elas as indispensáveis Santorini, Mykonos e Rhodes, incluir as menos conhecidas, tipo Syros, Delos, Naxos e Ios, que talvez apenas um dia seja suficiente. Claro que existem as turisticamente conhecidas, bem como as menos procuradas pelos turistas, que eu também aprecio muito, tendo em vista os costumes serem mais autênticos. Não se esqueçam de levar e hastear no veleiro o nosso pavilhão nacional, vão confirmar através dele o quanto somos conhecidos e queridos, tenho dito. 

Pois bem, navegando chegamos e tivemos acesso à antiga e destroçada cratera do vulcão. A grandiosidade do lugar fez com que nos sentíssemos diminutos naquela imensidão de mar. Pense em um azul escuro contornado pelas rochas negras vulcânicas e, do outro lado, Santorini nas alturas.... A beleza do céu, a brancura de Santorini, o vermelho/alaranjado das encostas, que espetáculo!!!!!!! Chegando mais perto não existia atracadouro e sim um boião que é um pequeno cais onde pequenas embarcações descarregam todo tipo de provisões e os peixes e mariscos pescados no dia, além do cultivo das ilhas próximas, tais como frutas, verduras e leguminosas, que no lombo dos burros sobem para Santorini onde são comercializados. Para alcançá-lo utilizamos nosso bote salva-vidas, no qual atamos um cabo de proa; em seguida, um cabo de popa em terra firme. 

Os burrinhos de Santorini são conhecidos como uma engenhoca criada pelos homens para ajudar no abastecimento da ilha. Quando não estão carregando as mercadorias, e devidamente higienizados, se transformam em uma das atrações para os turistas que preferem utilizá-los do que descer e subir de teleférico. No lombo dos burrinhos pode-se ir apreciando a lenta e radiante subida de mais de 250 degraus, sacando fotos e vídeos de uma paisagem única até o topo de Santorini, serpenteando as encostas e o penhasco. 

Sim são muitos os turistas que buscam essa atração, os mais resistentes sobem a pé e os atletas usam a escadaria correndo para se exercitarem. À medida que vão subindo, a vista do vulcão vai se revelando na sua beleza e grandeza. Ir a Roma e não ver o Papa é igual a irmos a Santorini e não a Nea Kameni. Para tanto, contratamos um guia e partimos para Nea Kameni, ilha que é o paraíso dos vulcanólogos, a fim de conhecer de perto o centro da cratera e, também, para curtir e conhecer a magnitude das rochas vulcânicas. Com todo cuidado, seguimos os barcos que fazem esse passeio pois nosso veleiro possui uma quilha de 1,70m abaixo d'água para nos estabilizar, portanto não podemos nos aproximar muito. Lá chegando, para nos purificarmos, fomos tomar banho nas pequenas piscinas naturais de águas termais. 

A título de conhecimento, a última erupção em Santorini foi em 1.613a.c. classificada como a maior dos últimos 10.000 anos. 

Nas pequenas e mais naturais ilhas, andávamos para conhecê-las, nas maiores, alugávamos motos quadriciclos para transportarmos o nosso reabastecimento comprado diretamente na mão dos pescadores e agricultores à beira do cais. Minha surpresa foi encontrar uma venda em Naxos especializada tão somente em pistache, desde o pistache in natura até pé de moleque de pistache. Foi uma farra só. Encontramos também uma fábrica de cintos que, de tão baratos, comprei vários para reforçar nossas sacolas. Causou-me estranheza os barcos rápidos que ao alcançarem uma maior velocidade, passam a navegar sobre uns skis que estabilizam o mesmo e aumentam a velocidade. 

Em outra ilha, eles pescavam os mariscos, peixes e lagostas, e os colocavam em um cercado em frente ao restaurante para escolhermos o cardápio e comer comida bem fresca, engenhocas gregas. As muralhas da Ilha de Rhodes são colossais, o maior museu a céu aberto do mundo na Ilha de Delos com seus mosaicos. Nessa ilha existe um controle muito rígido e não é permitido pernoitar por lá. 

Por Aí informa que todos podem conhecer as ilhas, pois têm desde hotéis caríssimos a albergues, bem como restaurantes de alto nível até o famoso "girosplate" que é o churrasco deles, muito saboroso. 

*Euvaldo Pinho é servidor aposentado da JFBA e colaborador da revista

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