Listras em Costa Nova
Geometria, cores vivas e mar azul-turquesa: Euvaldo Pinho narra a beleza de Costa Nova do Prado, em Portugal
Euvaldo Pinho/LS*
Ed. 98 Abr 2019
Após sermos surpreendidos com muita chuva em Aveiro/PT, onde almoçamos bacalhau na brasa, empanturramo-nos dos tradicionais e maravilhosos doces e capturamos diversas imagens da cidade conhecida como “Veneza Portuguesa”, seguimos em direção a um local inusitado, apelidado de “Costa Nova do Prado”, em que a pintura externa das paredes das casas é listrada com cores vivas e alegres.
Por volta de 1800, os pescadores que partiam de Costa Nova para a pesca marítima construíram palheiros (armazéns) para a guarda do material de pesca e para a salga das sardinhas e dos bacalhaus que pescavam.
Com o tempo, os palheiros foram transformados em casas de veraneio com paredes de madeira pintada com listras horizontais coloridas, predominantemente nas cores branca e vermelha.
Atualmente, essas casas são verdadeiras atrações turísticas da redondeza e usadas por todos que querem curtir férias, fins de semana ou simplesmente descansar.
Durante o verão, Costa Nova se transforma num fascinante balneário de veraneio. A procura é tamanha não só pelos jovens, mas também por famílias inteiras. Essa facilidade de se alimentar com vários tipos de peixe da melhor qualidade e com frutos do mar diversos com preços convidativos é tentadora.
Em Costa Nova tudo é geometria, pois as casas lembram figuras geométricas, cores vivas e um mar azul-turquesa sem fim... seja para curtir os diversos tipos de esportes náuticos, seja para simplesmente morar na paz e no sossego. O fato é que Costa Nova é um dos destinos de férias mais procurados pelos portugueses.
Dada a sua posição geográfica, existe um bom e seguro porto com águas abrigadas (como em rios, canais, represas e baías), além de uma marina onde podem ser feitos reparos que porventura sejam necessários por quem aportar via mar. No lado oposto, encontrei praias com grandes extensões de areia, da melhor qualidade, quase desertas e com um pôr do sol maravilhoso, apesar de o dia estar chuvoso. Por isso mesmo, fui obrigado (nem tanto) a usar o artifício, de quando em vez, de saborear um excelente vinho do Porto Sandeman para me aquecer por dentro também. Pois, pois!!!
Vale a pena conhecer o maior farol de Portugal, localizado na extremidade norte de Aveiro (região metropolitana), com 62 metros de altura, mais precisamente na praia da Barra, que é a mais badalada da região.
Costa Nova é um lugar tranquilo com cheiro de sal e areia temperada com o jeito manso de ser das cidadezinhas litorâneas portuguesas. Confesso que se eu não tivesse jogado âncora definitivamente na Bahia, ficaria deveras tentado a fazê-lo em Costa Nova. Cidade pacata, em frente ao Oceano Atlântico, bem no meio de Portugal, a poucos minutos de Aveiro (10 km) e a 270 km de Lisboa.
Quando o assunto é culinária, recomendamos, por experiência própria, o restaurante Canastra do Fidalgo, onde pedimos uma “cataplana de marisco”, que também pode ser servida nas versões de polvo ou de bacalhau. Queijo, paio, azeitonas, camarão e pães diversos integraram a entrada, e de sobremesa uma senhora “panna cotta”, elaborada a partir de nata, açúcar, gelatina e especiarias como a canela.
É imperdível experimentar a tripa de “Zé da tripa”, nome meio nojento para algo tão delicioso: espécie de crepe recheado com chocolate, nutella, doce de ovos e queijo.
Para hospedagem, é bom fazer uma pesquisa, pois tem para todos os bolsos e gostos.
De resto, é só curtir e relaxar. Sempre em casas geométricas de listas horizontais e coloridas.
*Euvaldo Pinho é servidor aposentado da JFBA e colaborador da revista
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