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 Comune Di Neive 

Um passeio por Neive, comunidade italiana na região de Piemonte – cunhada pelos italianos como uma dos vilarejos mais bonitos do país

Euvaldo Pinho*/CB
Ed. 104 Nov 2019

O que nos levou a desejar conhecer Neive, com seus menos de 3.200 habitantes, e que se estende por 21 km² foi a curiosidade de curtirmos uma pequena aldeia italiana tida como uma das mais bonitas da Itália. Nos encantamos por sua história e ruas de paralelepípedos, com habitantes  de  ritmos cadenciados, costume, culinária e vinhos que nos fizeram preguiçosamente perambular pelos becos, ladeiras, bisbilhotando cada pequeno espaço que nos chamava atenção sem sermos incomodados por aqueles que nas cidades grandes importunam oferecendo serviços e souvenirs.

 

Começo este parágrafo solicitando que não incorram no erro de visitar a Comune Di Neive em excursões de ônibus, pois é necessário estar "dono do seu nariz" para que, de carro próprio, bicicleta, cavalo ou a pé, possa-se percorrer as colinas situadas ao seu redor, cobertas de vinhedos, onde serpenteiam os trilhos do Dolcetto e Barbaresco, vinhos especiais desta região Piemontesa. E podem ter certeza de que por lá existem muitos outros vinhos, em quantidade e qualidade.

 

Com a  experiência, você verão que fazer turismo, conhecer pessoas e lugares sem pressa, nos dá a possibilidade incomensurável, com sensibilidade, de aproveitarmos cada "pedra" do caminho.

 

Selecionei o Casttelo Di Neive Dolcetto - vinho de corpo médio, refrescante e elegante, com um final delicioso e persistência média e o Castello Di Neive Barbaresco, que nos encanta e surpreende com seu aroma de frutas vermelhas e pétalas de rosa, com notas de especiarias e tabaco, por indicações do meu filho,  Euvaldo Jr, "enófilo", que seguia conosco, já que o mais excelente de todos, o tinto Costamióle Barbera D'Asti 2015 estava fora do nosso alcance financeiro: custava o equivalente a R$510,00.

 

O ponto central do vilarejo e o mais significativo é a Torre Comunale O Dell'Orológio: apreciar essa obra de arte é simplesmente espetacular, pois é o maior símbolo de autonomia, repetidamente demolida e sempre reconstruída em tamanho mais alto.

 

Como para as crianças não havia atrações, fomos a Osteria  L'Aromatario saborear a nobre comida italiana, com um Gnocchi de Brie a lá Carbonara e um Brasato al Barolo, o que me fez ir à "cucina" conhecer o Giuseppe e aprender o preparo do Brasato. Pratos realmente "foras de série", regados a um buonissimo vinho Barbaresco e suco de uva, e, para finalizar, uma Panna Cotta al Caramello, que me deixou com água na boca. Sou diabético, juro que nem provei!!!

 

Impossível não me reportar aos múltiplos telhados vermelhos e sobrepostos das casas existentes no centro histórico, que se harmonizam mais ainda durante o pôr-do-sol em suas colinas. Outro local que merece destaque, a Chiesa Parrochialle Dei Santi Pietro e Paolo, igreja já existente no século XII e de uma singela e respeitosa simplicidade, porém de uma imponente historicidade, bem como a Arquiconfraria de San Michele di Neive, construída no século XVIII, uma igreja católica ortodoxa, muito apreciada pela sua obra arquitetônica.

 

O que mais me encantou nessa cidade, vila, comuna, seja lá como for denominada, foi a nítida e gostosa sensação de estarmos em família. Onde quer que estivéssemos não éramos tratados como meros turistas e sim, como n restaurante onde nos acolheram com muito calor humano, sem poupar esforços para nos ensinar, tirar nossas dúvidas e também se entrosarem conosco em busca de troca de informações - sobretudo quando  souberam que éramos  brasileiros. Tanto que meu filho recebeu uma indicação e descobriu uma venda onde comprou três vinhos Barbarescos a preços para os locais.  Grazie, Signora!!. 

Por entre Penhascos.jpg
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