O Pantanal e suas belezas exóticas
Nem só jacarés, cobras e onças formam o Pantanal. Conheça o “outro lado” do bioma, com cachoeiras, lagoas, rios, vegetação e trilhas de tirar o fôlego
Euvaldo Pinho*/LS
Ed. 127 Dezembro 2021 / Janeiro 2022
Escolher a época para visitar o Pantanal é essencial para que a viagem tenha mais ou menos aventuras. Em qualquer um dos casos, devemos estar prontos para enfrentar os percalços que forem encontrados.
Todo cuidado é pouco, um bom guia é fundamental, planejamento é essencial e algumas medidas são necessárias, como checar a meteorologia, por precaução, pouco tempo antes da saída.
A primeira e principal regra a ser observada é a proteção contra os insetos nocivos. Escolha um repelente de alta eficácia que lhe proteja dos insetos encontrados nessa região e utilize camisas de malha grossa com mangas compridas.
Dito isso, a aventura desta vez é com tempo bom e mais segurança, visto que já tínhamos o plano traçado: “pouso certo”, carro alugado, farnel a bordo e opções “B” e “C”, para o caso de termos de mudar os planos. O propósito não era nos aventurarmos no escuro, mas sim na rota e no planejamento criteriosamente traçados.
Nem só de jacarés, cobras e onças é constituído o Pantanal. Com bons olhos aguçados e seguindo as orientações dos guias, podemos contemplar espécimes raros e peculiares, como mostram as imagens. Preparem-se para banhos de cachoeiras, rios, fervedouros e lagoas espetaculares, bem como trilhas repletas de descobertas inusitadas, muitas vezes diminutas e de um colorido surreal. Sem contar com uma infinidade de flores de todo tipo, tamanho e cores.
Navegar por suas águas durante o dia – ou à noite, que é mais excitante –, é algo inusitado! A adrenalina sobe quando, de lanterna em punho, ficamos à procura dos olhos brilhantes dos animais de hábitos noturnos, tipo onças, cobras, cervos e jacarés.
As cores e formas das flores encontradas são como um colírio para os olhos. As araras, tuiuiús, corujas... são fantásticos!! Os cervos do pantanal, tamanduás bandeiras, jaguatiricas, antas, capivaras, emas, ariranhas, onças pintadas... nos fazem ficar estupefatos, já que com eles só podemos ter contato nos zoos e, mesmo assim, através de uma grade. Portanto, ao vivo e a cores, soltos na natureza, é algo a ser admirado e contemplado com o devido cuidado. Lembre-se: evite as cobras!!! Para isso, nada melhor que andar com um bom guia por perto a lhe orientar.
Algo de muito acentuado no Pantanal é o pôr do sol. Procurando um melhor ângulo e uma boa “moldura” para sua foto, com certeza você conseguirá congelar uma boa imagem. Hoje, facilmente se encontra uma câmera ou um celular à prova d'água, indispensável para as imagens sob as águas translúcidas com seus peixes exóticos.
Sobre os animais minúsculos e coloridos, seja um bom observador para visualizar uma razoável quantidade, com destaque para o “bicho do pau”, facilmente confundido com um reles graveto; as lindas e também coloridas borboletas, bem como os grupos de “soldadinhos” (grilos que saltitam em grupo) com suas cores brilhantes e reluzentes.
Muito cuidado ao trafegarem pelas vias do Pantanal, para que, inadvertidamente, não atropelarem as diversas espécimes por lá encontradas, pois trafegam no quintal da casa delas no ritmo necessário à sua sobrevivência, interagindo ou não com seus companheiros de região.
Fiz registros especiais das finas línguas dos tucanos que habitavam uma das pousadas que nos hospedamos. Destaco que é muito comum encontrar os “pousos” (varandas) nas fazendas, cujos proprietários oferecem, como uma boa acolhida aos viajantes, excelente comida regional e calor humano.
Fantástico também é se deparar com uma boiada de mais de cem cabeças sendo conduzida pelos tropeiros para um pasto seguro. Esse é o momento em que você terá de parar sua viatura para que trafeguem no seu ritmo pacientemente e, de quando em vez, lhes passando umas olhadelas curiosas e interrogativas.