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Pearl Harbor:
a covardia

Sede do ataque que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial, Pearl Harbor tem, em cada canto, um pedaço da história da disputa entre Estados Unidos e Japão, rodeada de grandes surpresas e descobertas

Euvaldo Pinho*/LS
Ed. 123 agosto 2021

Antes de chegar à Palau, na Oceania, para mergulhar com a Captain Dive e seu Staff, fizemos uma parada estratégica em Honolulu, no Havaí, para descansar após horas de voo e, principalmente, para conhecer Pearl Harbor – outrora denominada de Porto das Pérolas pelos havaianos de Wai Momi no século XIX, em razão desse porto ser usado para a produção de ostras e pérolas, em suas águas rasas.  

 

Pearl Harbor foi alvo de ataque nos anos 1940, o que se tornou motivação para mudar a história da Segunda Guerra Mundial. É um lugar repleto de informações, testemunhos e destroços que, de cara, nos surpreendeu positivamente, pois tem muito mais história do que imaginávamos.  

 

A Pearl Harbour de hoje é muito bonita com uma linda vista do mar, contrastando com a visão desastrosa do que restou do fatídico ataque que se abateu sobre os americanos em 7 de dezembro de 1941. 

 

Voltando no tempo... Um pouco de história 
 
Para frear o avanço japonês no continente asiático, os Estados Unidos da América (EUA) realizaram embargos e bloqueios comerciais ao Japão, criando obstáculo para a expansão japonesa no Oceano Pacífico.  

 

Em decorrência, o Serviço Aéreo Imperial da Marinha Japonesa decidiu atacar Pearl Harbor, que era a principal Base Naval dos EUA, e o quartel general da frota norte-americana no Pacífico. Este ataque foi ordenado pelo Império japonês, munido com mais de 350 aviões, muitos deles conduzidos por “kamikazes”¹. Oficiais, marinheiros e fuzileiros americanos foram surpreendidos no início do fatídico 7 de dezembro de 1941.  

 

O ataque provocou a morte de 2,4 mil militares e de 70 civis nativos da ilha e deixou mais de 1,2 mil feridos. Além disso, cerca de 200 equipamentos de guerra dos EUA foram destruídos, entre navios e aviões. 
 

Em 1945, os EUA revidaram com um ataque também surpresa, lançando bombas atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagazaki, o que originou a rendição do Japão, colocando um fim à Segunda Guerra Mundial. 

 

O episódio em Pearl Harbor foi um dos cinco fatores que fizeram com que a Segunda Grande Guerra (1939-1945) adquirisse um caráter mundial, convertendo-se na Segunda Guerra Mundial. 

 

Visitando Pearl Harbor 
As praias de Honolulu são lindas, as paisagens deslumbrantes e o clima maravilhoso, mas o que eu queria mesmo naquela parada era conhecer Pearl Harbor. Queria ver in loco as cenas de livros que li, filmes que assisti desde os tempos de escola, vídeos, fotos e destroços. Queria entender como foi a dinâmica daquele dia em que o curso da história foi drasticamente alterado. 
 
Transportados por um micro-ônibus, em 20 minutos chegamos ao nosso objetivo e munidos do day pass entramos numa fila, para adentrar no Memorial antes das 9h da manhã, juntamente com muitos outros turistas.  

 

Como em qualquer parque temático, Pearl Harbor tem muitas atrações disponíveis e isso requer planejamento caso você não tenha outro dia para continuar a visita, como em nosso caso. Decidimos visitar as três principais atrações: 

  

USS Arizona Memorial

O Memorial homenageia os mais de 1,1 mil tripulantes mortos durante o ataque dos japoneses e mostra detalhadamente o couraçado totalmente destruído pelos japoneses.  

 

É um dos dois grandes santuários americanos dedicados àqueles que morreram pelo seu país. Lá existe uma verdadeira peregrinação de famílias americanas, especialmente com vínculo militar, mas, para mim, a surpresa foi o enorme número de japoneses que lotavam o local. Confesso que estranhei e me questiono se era por orgulho ou vergonha do ocorrido em 1941. 

 

Quando chegamos ao Memorial, fomos direcionados a um auditório, onde assistimos a um filme de cerca de 15 minutos, com fotos, motivos e consequências do ataque.  

 

Em seguida, embarcamos em uma lancha que nos levou até os restos do couraçado Arizona. Dele resta pouca coisa emergida, mas é impressionante constatar que, há mais de 70 anos do ataque, ainda vaza óleo dos seus tanques. No local também existe uma parede com o nome de todos os tripulantes dizimados durante o ataque, onde famílias ainda homenageiam seus descendentes. 
 

USS Bowfin Submarine Museum

É um submarino americano considerado dos mais bem sucedidos da Segunda Guerra. Ele é mantido impecável, como se estivesse pronto para entrar em ação. Pode-se visitar tanto internamente quanto externamente e se surpreender com todos os detalhes polidos e conservados, além de sua relevante história. 
 
Battleship Missouri Memorial

Por fim, este é o poderoso couraçado em que foi assinada, no convés, a rendição japonesa, dando fim à Segunda Guerra Mundial. 
 
Além dessas, existem outras atrações como também outros pequenos museus que contam particularidades do devastador ataque dos japoneses aos americanos. Também é possível ver, em Pearl Harbor, vários tipos de armamentos e equipamentos militares que decoram e espalham história por toda aquela área.  
 

O tempo todo munidos com um equipamento de audioguia, fornecido gratuitamente logo na entrada, nosso tour foi magnífico. Na visita é possível ter uma boa ideia de como tudo aconteceu naquele fatídico dia do ataque e garanto a vocês: é impossível não se emocionar e reverenciar aqueles jovens, mortos tão covardemente. 
 

Após horas de visitação, saímos agradecidos pela oportunidade de aprender, admirar e respeitar o sentimento patriótico dos americanos pela sua trajetória na história. 

 

¹ Kamikazes eram pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos que tinham a missão de realizar ataques suicidas contra navios dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. 

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