Até aqui, encáustica
Técnica milenar de pintura dá vida às paredes do Espaço Cultural Murat Valadares, no TRF1
Matheus Ferraz/LS | Ed. 98 abr 2019
A exposição “Até aqui, encáustica” tomou conta do Espaço Cultural Murat Valadares do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) entre os dias 22 de abril e 3 de maio. A artista plástica e psicóloga Veruska Lacroix é a responsável pelas obras expostas, quadros que têm como técnica a encáustica.
Esse método de pintura é conhecido desde a Idade Antiga e é caracterizado pela mistura de cor em pó com cera aquecida e derretida. Após a combinação, as superfícies de madeira, cerâmicas ou murais servem como suporte.
Veruska começou a pintar no ateliê da Mariene Godói e de lá foi cursar Artes Plásticas na Universidade de Brasília (UnB). Estudou quatro anos, mas trocou o curso por Psicologia e atua como psicóloga até hoje.
Em 2013, 20 anos depois de ter deixado a Faculdade de Artes Plásticas, ela voltou a pintar, retomou a carreira de artista e começou a expor as suas obras. Veruska tem influência do movimento impressionista e demonstra muita admiração pelo trabalho de pintores como Van Gogh, Monet e Renault, mas também gosta dos clássicos e se diz apaixonada pelo artista Picasso.
O interesse pela técnica da encáustica veio após a artista voltar a produzir suas telas no ateliê da Mariene Godói. “Quando eu voltei a pintar, retornei para lá, e ela estava ensinando essa técnica além de outras. Comecei a trabalhar com a encáustica e gostei bastante”, afirma Veruska.
Por pintar quadros avulsos e/ou em conjunto, ela não mede o tempo de suas produções e tem séries de quadros de cinco a sete peças, como também quadros individuais. “Não tenho muita noção de tempo.
Trabalho toda a semana e divido o tempo como artista plástica e psicóloga, porque viver de arte não é fácil. Um dia na semana eu frequento ateliê e produzo meus quadros”, esclarece ela.
O Espaço Cultural do TRF1, onde as obras ficaram expostas, é de acesso diário do corpo funcional do Tribunal. Para a servidora Rita Shimabuko, de 53 anos, os trabalhos artísticos contribuem para o TRF1 desenvolver um papel social: “Geralmente, quando se fala em arte não se é dada a devida importância, mas quando essas obras ficam expostas em um corredor, onde todo mundo tem que passar para trabalhar, acaba sendo assunto de colegas de trabalho e ajudando o artista e o público”, afirma.
Para a servidora Carmen Herrero, de 46 anos, as obras trazem mais beleza para o corredor principal do Tribunal. “Além de o espaço ficar mais bonito, o TRF1, em contrapartida, recebe uma obra doada pelo artista, peça que é tombada e começa a fazer parte do órgão”, explica.
Veruska Lacroix comenta que o lugar é estratégico e que o feedback foi positivo. “Como aqui é passagem, muitas pessoas veem, se interessam e me ligam para pedir mais informações. Isso é legal, porque em outros órgãos não percebi tamanho interesse pelas obras”, complementa ela.
Segundo a artista, entre linhas, figuras e releituras, “Até aqui, encáustica” transmite a existência do amor, da fé e da razão.
Contato da artista:
Tel.: (61) 99970-2050
E-mail: veruskalacroix@gmail.com