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Sua saúde em primeiro lugar

Muitas doenças são causadas pela rotina e condições do ambiente de trabalho, e algumas informações e práticas podem ajudar a prevenir as doenças ocupacionais em 2019

Luma Bessa/TS | Ed. 95 Dez 2018/Jan 2019

É comum as pessoas pensarem que a saúde se baseia apenas na boa alimentação e na prática de atividade física regular. Isso porque, de fato, essas são duas práticas básicas para a preservação saudável do corpo. Mas, o que muitos não sabem, ou não consideram, é que existem outros aspectos que podem influenciar na saúde, tanto de forma positiva quanto negativa.

Brasileiros trabalham, em média, 40 horas por semana. Então, por que pensar que a rotina de trabalho seria um fator insignificante para a sua saúde? A posição da cadeira e da mesa, a iluminação, os ruídos e o clima são fatores que podem afetar o bem-estar durante essa jornada.

Para lidar com esse cenário, existe a saúde ocupacional, área criada para compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Por isso, o ambiente laboral tem sido cada vez mais utilizado como espaço para promoção da saúde e para atividades preventivas, não só para evitar doenças e acidentes de trabalho, mas para diagnosticar e melhorar a saúde das pessoas em geral.

No Brasil, segundo dados do Anuário da Saúde do Trabalhador elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mais de 180 mil trabalhadores estavam afastados do trabalho em 2014 por doenças ocupacionais. O estudo ainda não foi atualizado, mas estima-se que esse número tenha reduzido, pois as empresas estão se atentando cada vez mais aos aspectos relacionados à promoção e preservação da saúde e da qualidade de vida no trabalho.

A saúde ocupacional é um setor obrigatório dentro de empresas privadas, públicas e órgãos públicos. Assim, o empregador pode oferecer um ambiente sadio e qualificado para a atuação de seus funcionários.

No âmbito do serviço público federal, por exemplo, o Decreto 6.833/2009 instituiu o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS), que tem a função de coordenar e integrar ações e programas nas áreas de assistência à saúde, perícia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da saúde dos servidores da administração federal direta, autárquica e fundacional, de acordo com a política de atenção à saúde e segurança do trabalho do servidor público federal, estabelecida pelo Governo.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também trata do assunto. Regulamenta, no art. 157, que é de obrigação das organizações instruir os empregados quanto às precauções para evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Regula também que as empresas devem manter serviços especializados em medicina do trabalho, a exemplo do TRF1, que tem a Divisão de Saúde Ocupacional (Disao) disponível ao seu corpo funcional.

 

 

 

O Plano de Logística Sustentável da Justiça Federal da 1ª Região estabelece como meta a ampliação da participação de servidores em ações de qualidade de vida no trabalho. Desde 2016, o TRF1 vem estimulando seu corpo funcional a cuidar da saúde, promovendo palestras e cursos sobre os mais variados temas da área ocupacional.

 

DOENÇAS

Existem inúmeras doenças ocupacionais. As principais são: lesão por esforços repetitivos, desgaste da visão, asma ocupacional, silicose e câncer de pele. As causas dessas doenças se dão principalmente pela adoção de novas tecnologias (uso excessivo de computadores) e pela precarização das condições de trabalho.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou um levantamento sobre a saúde de magistrados e servidores do Poder Judiciário nacional, feito a partir das informações obtidas nos tribunais. Segundo o estudo, realizado em 2016, as cinco doenças mais presentes foram:

 

  • Dorsalgia, denominação para as dores na região torácica (8,6%);

  • Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa (3,9%);

  • Nasofaringite aguda (2,4%);

  • Outros transtornos ansiosos (2,2%);

  • Sinusite aguda (1,9%).

 

De acordo com a diretora da Disao, Mônica Cunha, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região ainda não existem servidores com doenças ocupacionais. As doenças presentes são a hipertensão, o câncer, as doenças osteomusculares (como dores na lombar e na coluna) e as doenças psíquicas (como depressão e ansiedade).

 

Ela destaca que a causa dessas enfermidades está muito ligada ao sedentarismo, à má alimentação e aos fatores genéticos.

 

MUDANÇA DE HÁBITOS

Existem várias alternativas para se melhorar a saúde no trabalho. A primeira é se atentar à postura.

A musculatura humana sofre grandes consequências causadas pelo estresse e tensão ocasionados pela postura incorreta no ambiente de trabalho, trazendo esgotamento físico e emocional ao trabalhador. Nessa situação, o rendimento diminui e os problemas como enxaqueca, lombalgia, hipercifose, tendinite e até doenças crônicas como escoliose e hérnia de disco e Lesão por Esforços Repetitivos (LER) começam a aparecer.

  Para melhorar a postura, Mônica Cunha explica: “a postura ideal envolve a posição da cadeira, a altura do monitor, a coluna reta e os pés no chão”. É o que ilustra a figura abaixo.

 

 

 

 

 

Outro hábito importante é o alongamento diário, que aumenta a flexibilidade dos músculos e elimina a tensão do corpo. Esse exercício é de extrema importância, pois previne lesões, ativa a circulação e ajuda a liberar os movimentos bloqueados por tensões, a exemplo da figura abaixo.

 

 

A melhoria de equipamentos e mobiliários e a realização de pausas regulares também podem melhorar o bem-estar físico e mental do trabalhador. As pausas devem ser feitas a cada 50 minutos, e o ideal é levantar-se, esticar as pernas, beber água e ir ao banheiro. 

A Disao oferece aos servidores a avaliação ergonômica com a finalidade de proporcionar as condições necessárias para a garantia da qualidade de vida no trabalho, protegendo a saúde do corpo funcional do TRF1 bem como a força de trabalho auxiliar por meio da prevenção de acidentes e doenças com redução dos riscos.

Nessa avaliação, o profissional vai até o local de trabalho do servidor e avalia os riscos ergonômicos, criando um ambiente mais confortável e livre de doenças ocupacionais. Cerca de 100 avaliações ergonômicas foram realizadas no TRF1 em 2018.

 

 

Além de a avaliação ergonômica, os serviços de exames periódicos, perícias médicas e o Espaço Bem-Estar também são oferecidos pela Divisão.

 

EXAMES PERIÓDICOS

Os exames periódicos têm a finalidade de investigar se as alterações negativas na saúde do servidor estão diretamente relacionadas com o trabalho e se essas mudanças estão diretamente relacionadas com a prática laboral. Com o diagnóstico, o médico responsável providencia o encaminhamento para o tratamento adequado.

A realização desses exames é regulamentada no governo federal pelo Decreto n. 6.856, de 25 de maio de 2009, mas a adesão entre magistrados e servidores ainda é baixa. Conforme o levantamento realizado pelo CNJ, apenas 4,65% dos magistrados e 9,15% dos servidores de todo o Poder Judiciário realizaram o exame em 2016.

Todavia, o número de servidores do TRF1 que fazem os exames periódicos é bastante significativo. Cerca de 450 Atestados de Saúde Ocupacional foram feitos, e 604 consultas médicas realizadas no ano de 2018, segundo a diretora da Disao.

 “Nós ligamos para cada servidor e marcamos o exame. Tentamos ser muito prestativos e acolhedores. Já descobrimos muitas doenças em fase inicial, assim o tratamento fica mais fácil”, explica Vicência Soares, supervisora da Seção de Saúde Ocupacional (Sesao).

 

 

Outro serviço à saúde oferecido pela Sesao é a perícia médica, que é considerada por alguns servidores como algo ruim. Porém, esse serviço é uma concessão de benefícios em função de doença que impeça o servidor de trabalhar ou que prejudique a saúde em razão do trabalho.

ESPAÇO BEM-ESTAR

Localizado no subsolo do Ed. Anexo I do TRF1, o Espaço Bem-Estar foi criado em 2012 com objetivo de combater o sedentarismo do corpo funcional.

Nessa unidade são oferecidas aulas de diversas modalidades de atividades físicas como fitdance, yoga, jiu jitsu, krav maga bem como serviços de massagens terapêuticas e relaxantes, ambos pagos pelos próprios usuários.  O Espaço disponibiliza, ainda, vestiários e armários para maior comodidade dos usuários.

Para fazer a matrícula, os interessados devem enviar e-mail para atividade.fisica@trf1.jus.br, solicitando a modalidade pretendida, situação funcional, lotação, ramal e celular.

 

Além disso, magistrados, servidores e prestadores de serviço contam com dois paraciclos instalados nas garagens dos edifícios Anexo I e Anexo III do órgão com o objetivo de incentivar o uso de bicicletas durante o trajeto casa-trabalho e trabalho-casa.

Essa iniciativa faz parte do projeto “Vem de Bike que é Legal!”, lançado em 2014 e retomado em 2016, que visa estimular a mudança de hábito de todo o corpo funcional do Tribunal, convencendo os interessados de que a bicicleta é uma alternativa de transporte viável, eficiente, segura, econômica, com reflexos positivos na saúde do ciclista.

 

 

E a sua saúde, como está? É hora de repensar e mudar hábitos, afinal, as doenças ocupacionais podem não apenas prejudicar o rendimento nas atividades do trabalho, mas também evoluir para doenças graves e crônicas.

Por isso, manter os exames periódicos em dia, adotar hábitos saudáveis e seguir as recomendações de pausas e postura ergonômica no ambiente de trabalho são atitudes indispensáveis para manter a saúde em dia.

Pense em si e cuide-se. A sua saúde em primeiro lugar!

Luma Bessa/Ascom TRF1

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  Mônica Cunha, diretora da Disao  

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Seção de Saúde Ocupacional/TRF1

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Imagem: Ebix

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  Servidora Alderice Araújo fazendo avaliação ergonômica com o técnico em segurança do   

  trabalho Roney dos Santos  

Imagem: Educação Física

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  Vicência Soares, supervisora da Sesao  

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Ramon Pereira/Ascom TRF1

  Aula de Muay Thai no Espaço Bem-Estar  

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Mauro Putini

Luma Bessa/Ascom TRF1

Luma Bessa/Ascom TRF1

  Ciclistas participantes do projeto “Vem de Bike que é Legal!” do TRF1  

TERAPIA OCUPACIONAL

No dia 19 de janeiro, é comemorado o Dia Mundial do Terapeuta Ocupacional. A data representa a regulamentação do Decreto Lei 938 de 1969, que determinou um código de ética supervisionado pelo Conselho Federal de fisioterapia e terapia ocupacional.

Os terapeutas ocupacionais atuam na reabilitação de pacientes com vários tipos de disfunções, desde neurológicas a ortopédicas. Trata-se de uma especialidade que contribui para o tratamento de traumatismos cranianos, acidentes vasculares cerebrais, artrite reumatoide, esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer entre outros.

O objetivo da terapia ocupacional é habilitar ou reabilitar o indivíduo para desempenhar suas atividades habituais (serviços domésticos, autocuidado corporal, lazer, participação social e familiar). 

Desse modo, os especialistas recomendam que os trabalhadores estejam sempre atentos à postura, ao mobiliário e façam o exame periódico regularmente.

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