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Os perigos da gripe

Em 2018, foram registrados 4.680 casos de influenza em todo o País, com 1.381 óbitos.
Em 2019, 73 pessoas já morreram em consequência da doença

Cicília Souza/LS | Ed. 98 Abr 2019

O outono e o inverno são os períodos mais frios do ano. Nessas estações, as pessoas tendem a ficar mais tempo em lugares fechados, o que a facilita a transmissão de vírus causadores de doenças respiratórias.

Infecções causadas por esses vírus podem ocorrer em qualquer época do ano, mas a associação da diminuição da temperatura com a baixa umidade relativa do ar somada ao maior nível de poluição atmosférica ocasionam o aumento de incidência dessas doenças.

Entre os problemas de saúde está a gripe, que muitas vezes é confundida com um simples resfriado, porém, apesar de os sintomas parecidos, a gripe é causada somente pelo vírus influenza, enquanto os resfriados são desencadeados por muitos outros fatores, como o rinovírus.

O presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), José Eduardo Delfini Cançado, explica ao portal Terra que: “a gripe é mais grave. Além de os sintomas de resfriado, como coriza, mal-estar e dor no corpo, (a gripe) costuma dar febre alta e a pessoa fica de cama”.

 

Tipos de vírus

Existem três tipos de vírus da influenza que circulam no Brasil: A, B e C.

Tipo A - O vírus influenza A é um dos responsáveis pelas epidemias sazonais e é encontrado em várias espécies de animais, como suínos, equinos, mamíferos marinhos e aves, além de se manifestar nos seres humanos.

Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1)pdm09 e A(H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam as pessoas.

Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar seres humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros. O vírus influenza A(H7N9), por exemplo, é um subtipo de vírus de origem aviária.

Tipo B – Assim como o tipo A, o tipo B também é causador das epidemias sazonais.  Esse tipo de vírus, porém, infecta exclusivamente seres humanos.

Tipo C – Infecta pessoas e animais suínos. É detectado com frequência muito menor e, geralmente, causa infecções leves, apresentando, portanto, implicações menos significativas de saúde pública, já que não está relacionado com epidemias.

Em 2011, um novo tipo de vírus da gripe, o D, foi isolado de suínos nos Estados Unidos da América (EUA). Também foi identificada a circulação desse novo tipo de vírus influenza em bovinos, na França. O diagnóstico dessa espécie de vírus tem sido mais frequente desde 2014.

Perigo!

Se não for tratada a tempo, a gripe pode causar complicações graves e levar à morte. O perigo aumenta se o paciente se enquadrar nos grupos de alto risco, quais sejam, pessoas com mais de 60 anos, com doenças crônicas, crianças menores de 5 anos e gestantes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que haja um bilhão de casos de influenza a cada ano no mundo todo. Desse total, entre três e cinco milhões são ocorrências graves, resultando no número de 290 mil a 650 mil mortes por doenças respiratórias ligadas à influenza. 

No Brasil, em 2018 foram registradas 4.680 ocorrências de gripe em todo o País, com 1.381 óbitos. Em 2019, de acordo com o informe epidemiológico do mês de abril do Ministério da Saúde, foram registrados 333 casos de influenza em todo o País, com 73 mortes.

Até o momento, o subtipo predominante no Brasil é o vírus influenza A (H1N1), com registro de 213 casos e 55 óbitos, o que representa, aproximadamente, 26% das mortes.

No País, em 2019 a circulação dos vírus está sendo observada, e desde o início do ano há a predominância do influenza A(H1N1) em algumas regiões do Brasil, indicando o início da sazonalidade.

O vírus influenza A(H1N1) foi o subtipo predominante da sazonalidade de 2018 seguido pelo influenza A (H3N2) e, em menor proporção, pelo vírus influenza B, conforme dados disponíveis no site da Organização Mundial da Saúde (OMS).

É importante ressaltar que, apesar de o período sazonal do vírus ser maior no outono e no inverno, no Brasil pode haver circulação em outras épocas do ano devido às diferenças geográficas e climáticas regionais.

 

Sintomas

A gripe, frequentemente, se inicia com febre alta seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante da doença e dura em torno de três dias.

Os sintomas respiratórios, como tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão da gripe e mantêm-se, normalmente, de três a cinco dias após o desaparecimento da febre.

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Como a gripe atinge a imunidade da pessoa infectada, a doença pode abrir portas para bactérias e levar a um problema ainda mais sério, como é o caso da pneumonia. Em casos extremos, essas infecções podem levar à morte.

 

Como prevenir e tratar?

Para reduzir o perigo de contrair ou de transmitir doenças respiratórias, especialmente as enfermidades de grande capacidade de contaminação, como o vírus influenza, o Ministério da Saúde orienta que sejam adotadas medidas gerais de prevenção, tais como:

Ministério da Saúde

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Caso apresente os sintomas descritos, o paciente deve procurar a unidade de saúde mais próxima para diagnóstico médico. É importante evitar a automedicação, tendo em vista que os sintomas da gripe são muito parecidos com os de outras doenças graves, como a dengue, por exemplo.

Na maioria dos casos, o tratamento é feito com analgésicos, antitérmicos, repouso e hidratação, e em algumas situações podem ser indicadas medicações antivirais que, como sugere o nome, atuam especificamente sobre os vírus. Porém, esses remédios só funcionam se administrados nas primeiras 48 horas a contar do início dos sintomas, e cabe ao médico decidir quem pode se beneficiar com a indicação dos medicamentos.

Lembre-se de que apenas profissionais da saúde podem prescrever o tratamento necessário para cada tipo de gripe.

 

A importância da vacina

A melhor maneira de se prevenir contra a influenza é vacinar-se anualmente. A vacina é capaz de oferecer imunidade no período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença.

Para a comerciante Helena Padilha (foto), de 59 anos, que já toma a vacina há pelo menos seis anos, a vacinação é muito importante para manter a imunidade. “Antes de começar a tomar a vacina, eu ficava gripada várias vezes por ano e, além da gripe, sempre acompanhava a sinusite e a rinite. Desde que comecei a tomar a vacina, os casos de gripe se tornaram mais raros”, conta Helena.

Arquivo pessoal

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Segundo recomendações da OMS, os grupos de maior risco e, portanto, prioritários para receber a vacina são:

 

  • Crianças na idade de seis meses a seis anos;

  • Gestantes;

  • Puérperas (mulheres no período de até 45 dias após o parto);

  • Trabalhadores de Saúde;

  • Professores;

  • Povos indígenas;

  • Idosos;

  • População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional;

  • Profissionais da força de segurança e salvamento (policiais, bombeiros e membros ativos das Forças Armadas);

  • Pessoas com doenças crônicas.

Ministério da Saúde

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Campanha de Vacinação - A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza de 2019, no Brasil, começou no dia 10 de abril e estava prevista para ser finalizada em 31 de maio. Porém, devido à baixa adesão, a campanha foi prorrogada.

De acordo com balanço feito pelo Ministério da Saúde, até 31 de maio crianças e gestantes não tinham atingido a meta de vacinação da campanha. Apenas 76% dos indivíduos desses dois grupos tinham sido imunizados.

Também estavam abaixo da meta trabalhadores de saúde, pessoas com doenças crônicas, população privada de liberdade e profissionais das forças de segurança e de salvamento.

Os grupos que atingiram a meta de 90% durante o período da campanha foram funcionários do sistema prisional (105,7%), puérperas (96,6%), professores (93,8%), indígenas (92,2%) e idosos (90,4%).

Segundo a médica com especialização em Pediatria e em Onco-Hematologia Pediátrica Bárbara Furtado, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a baixa adesão à vacina é devido à falta de conscientização das pessoas. “Hoje, a população, principalmente a adultajovem, não viu a maioria das doenças as quais as vacinas pretendem combater ou prevenir, tais como sarampo, poliomielite e rubéola congênita. Com isso, fica mais difícil entender a importância de se prevenir essas doenças”, afirma a especialista.

Bárbara destaca também a atuação das notícias falsas (fake news) que circulam em redes sociais e em aplicativos de mensagens sobre a vacina. “É muito importante que as pessoas entendam que o que a vacina quer é prevenir que a população seja contaminada e que doenças tão sérias, erradicadas há décadas, retornem”, declara a médica.

A gripe é uma doença grave que pode levar à morte.

Fique atento aos sintomas e vacine-se!

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