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SETEMBRO AZUL
TRF1 adere ao movimento de inclusão da comunidade surda com atividades e palestras
Ana Paula Souza/CB | Ed. 102 Ago/Set 2019
Em 26 de setembro, três datas são celebradas pela comunidade surda: o dia nacional do surdo, a luta pela inclusão e o dia do intérprete de Libras. A importância dessas datas deu origem ao “Setembro Azul”, campanha pela inclusão e também pela valorização da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) aderiu ao movimento e promoveu diversas ações, como palestras temáticas e oficinas.
O presidente em exercício do TRF1, desembargador federal Kassio Marques, abriu o evento e elogiou a atuação dos colaboradores surdos que trabalham na digitalização de processos do tribunal por meio de uma parceria com a associação do Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe).
“Há muito tempo essa intenção de inclusão em nosso tribunal é uma prática bem sucedida. Os colaboradores surdos desempenham um trabalho excepcional em nosso centro de digitalização. Eles representam um grande capital humano, exercendo função essencial na busca e no alcance da eficácia técnica como um dos pilares fundamentais da melhor e mais célere prestação jurisdicional”, disse o magistrado.
O evento contou com a participação não apenas de surdos, mas, também, de pessoas com outros tipos de deficiência, como física e de visão. Um dos palestrantes foi o presidente do Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) e atleta paralímpico medalhista do Parapan de Lima em 2019, Rômulo Soares. Ele ressaltou que, independentemente de se ter ou não uma deficiência, as pessoas não devem nunca abaixar a cabeça para as dificuldades.
“Eu acredito que você precisa ser um guerreiro, não importa se você é deficiente ou não. Temos que manter a cabeça erguida, acreditar que somos capazes e buscar essas possibilidades porque é ai que começa a batalha”, enfatizou o medalhista.
Um dos destaques foi à apresentação das ações que o tribunal está promovendo para que haja maior inclusão. A juíza federal e presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, Denise Drumond, listou algumas delas:
-Instalação de poltronas para obesos nas salas de Sessões e do Plenário;
- Adequação de banheiros, rampas e balcões de todos os prédios do Tribunal;
- Instalação de elevador na plataforma para acesso ao restaurante do hotel no Centrejufre;
- Sinalização tátil de piso para os prédios do Tribunal;
- Instalação de sinalização tátil, em braile, na forma de placas, totens e mapas para todo o tribunal;
- Adequação de corrimãos de todas as instalações do Tribunal;
Oficina de libras
Outra ação do “Setembro Azul” do TRF1 foi uma oficina de aprendizagem dos principais sinais utilizados pelos surdos na comunicação, como o alfabeto, os números, as saudações e os sentimentos. O evento ensinou ao corpo funcional sinais comuns nos trabalhos de digitalização, já que atualmente 25 surdos integram a equipe de pessoas com deficiência que atuam na Central de Digitalização Judicial do TRF1.
Para o chefe de gabinete da Diretoria-geral, José Maria Andrade, além de promover a interação entre surdos e ouvintes, a oficina de libras é importante para a prestação jurisdicional. “A ideia do curso é preparar nossos servidores para atender o jurisdicionado surdo. Imagina uma pessoa deficiente auditiva que chega ao balcão da secretária e é atendido em Libras, isso é um espetáculo”.
Um dos organizadores, o supervisor da central de digitalização judicial do TRF1, Diogo Pattu, disse que os servidores também poderão estender o diálogo para fora do ambiente de trabalho. “A ideia é que essa minioficina forneça ao servidor do tribunal um contato maior e mais próximo com esses colaboradores surdos e também que a linguagem de sinais esteja acessível não só para o trabalho e sim para a vida lá fora, porque hoje tem milhares de pessoas surdas que necessitam dessa inclusão”, explicou.