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Os números da luta pela igualdade

Mulheres representam cerca de 30% dos magistrados em atividade no país e ainda enfrentam obstáculos na busca por equidade

Fernanda Medeiros e Marnie Ruas/LS com informações da SJDF, SJMG, SJPI, SJPA, SJRO e SJMT | Ed. 97 Mar 2019

Historicamente, as mulheres foram ensinadas a chefiar lares, fazer tarefas domésticas, cuidar do companheiro e dos filhos, enquanto o espaço público e o trabalho foram destinados apenas aos homens. Com muita força e determinação elas conquistaram – e continuam conquistando – grandes feitos no que diz respeito à igualdade de gênero. Entretanto, os desafios continuam.

Embora estejam vivendo em uma era de discursos igualitários, elas ainda enfrentam inúmeras barreiras que vão da luta pela paridade na ocupação de cargos de liderança e de salários às situações de assédio. 

A reivindicação por direitos civis, políticos e sociais começou há muitos anos no Brasil, e no mundo, com as ações do movimento feminista, fator decisivo para a conquista de melhores condições de vida e de trabalho e para a busca pela igualdade de gênero.

Iniciada no fim do século XIX, a história do movimento feminista apresenta três grandes momentos. O primeiro foi motivado pela luta por direitos democráticos como o direito ao voto, ao divórcio, à educação e ao trabalho. O segundo, no fim da década de 1960, foi marcado pela liberação sexual impulsionada pelo aumento de produção dos contraceptivos. Já o terceiro começou a ser construído no fim dos anos 70 com a luta de caráter sindical.

Fernanda Medeiros

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(Des)igualdade de gênero

Em alguns países, a igualdade de gênero avançou nos últimos anos. De acordo com o Fórum Econômico Mundial (FEM) de 2018, as nações mais igualitárias na questão de gênero do mundo são: Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Nicarágua e Ruanda.

Na Islândia, por exemplo, as mulheres têm tanta influência política quanto os homens e recebem salários semelhantes. Já na Nicarágua, elas conquistaram a igualdade em postos ministeriais, e o país tem uma das mais altas proporções do mundo de mulheres entre seus parlamentares (46%).

As brasileiras, apesar de serem 51% da população, ocupam apenas 15% das cadeiras nas duas casas legislativas do Congresso Nacional, segundo o portal UOL.

Porém, ainda que haja avanços em alguns países, quando se olha para o conjunto global, o progresso na igualdade de gênero está diminuindo.

Segundo o relatório do FEM, somente no ano de 2126 (ou seja, daqui a 108 anos) haverá igualdade de gênero em áreas como participação econômica, educação, saúde e empoderamento político no mundo. São oito anos a mais em relação à estimativa de 2017.

A educação é o campo em que a igualdade de gênero está mais perto de ser alcançada, mundialmente falando. A estimativa do FEM é de que a paridade nessa área seja atingida em 2032.

No Brasil, ainda que as mulheres tenham nível de formação superior ao dos homens, elas ocupam apenas 39,1% dos cargos gerenciais nas empresas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, essa proporção era de 39,5%.

Diferença salarial – Dados divulgados no Fórum Econômico Mundial de 2018 revelam, ainda, que a desigualdade de gênero influencia diretamente na diferença salarial entre homens e mulheres.

Ao redor do mundo, elas recebem, em média, 60% do salário deles pelo mesmo trabalho. Embora essa disparidade tenha diminuído de 2017 para 2018, o ritmo de mudança ainda está “muito lento”, de acordo com o relatório do FEM, e pode levar mais de 200 anos para ser equiparada.

Como mostra o documento publicado em dezembro, não existe um único país no mundo em que as mulheres sejam pagas com o mesmo salário dos homens.

Dos 149 países, o Brasil ocupa a 92ª posição no ranking de igualdade salarial. Aqui, em média, as mulheres recebem 26% a menos que os homens (74% do salário) e, mesmo trabalhando fora, elas dedicam 18 horas por semana aos cuidados com o lar ou com a família, sendo que os homens destinam 10 horas semanais para as mesmas atividades.

Em termos de participação política, o Brasil recebeu nota 0,1, ocupando o 112° lugar no ranking. Apenas 17 dos 149 países têm a mulher como chefe de estado. Segundo o FEM, essa diferença levará mais ou menos 107 anos para ser igualada.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma os dados globais. No quarto trimestre de 2018, as mulheres somaram maioria na população em idade de trabalhar no Brasil (52,4%), mas faziam parte da maior parcela da população afastada da força de trabalho (64,7%).

Além de essa dificuldade de conseguir emprego, também por aqui, as mulheres recebem salários menores do que os homens que ocupam as mesmas funções no mercado de trabalho.

Conforme o Estudo Especial, realizado pelo IBGE, sobre Diferenças no Rendimento do Trabalho de Mulheres e Homens nos Grupos Ocupacionais com base nas informações levantadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a renda média de um trabalhador adulto do sexo masculino é 26% maior do que o de uma mulher na mesma faixa etária.

Em 2018, entre mulheres no mercado de trabalho com idade entre 25 e 49 anos, o rendimento médio foi de R$ 2.050,00, o equivalente a 79,5% da remuneração recebida pelos homens, de R$ 2.579,00.

Dependendo da profissão escolhida, elas chegam a receber menos da metade do salário deles, como é o caso de engenheiros de minas, metalúrgicos e afins, em que homens recebem um salário médio de R$ 11.922,40 contra uma remuneração média de R$ 5.000,00 recebida pelas mulheres da mesma profissão. A diferença é ainda maior no caso de engenheiros eletrônicos, com salário médio de R$ 12.218,80 para eles e R$ 4.000,00 para elas que ocupam o mesmo cargo.

Entre pesquisadores e intelectuais, as mulheres têm participação majoritária, somando cerca de 60%, mas recebem apenas 64,8% do rendimento dos homens no mesmo cargo.

 

Mulheres na Magistratura 

No âmbito do Poder Judiciário, o cenário não é muito diferente quando o assunto é ocupação de cargos por mulheres. Em levantamento feito pela Secretaria de Gestão de Pessoas do Conselho da Justiça Federal (SGP/CJF), dos 1.806 juízes federais brasileiros, 579 são mulheres, o que representa 32,06% dos magistrados em atividade. Atualmente, elas preenchem 20,86% das 139 vagas de desembargador federal no Brasil.

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O estudo revela, ainda, que, nos últimos 10 anos, o número de magistradas em atividade cresceu apenas 1,2%. Nos dias atuais, elas representam 38,8% da magistratura brasileira, enquanto em 2009 somavam 37,6%, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo o perfil sociodemográfico dos magistrados brasileiros, a distribuição de gênero de acordo com o período de ingresso na carreira mostra que, entre os magistrados ativos que ingressaram até 1990, a proporção de mulheres é de apenas um quarto. Para os que ingressaram de 1991 a 2000, a proporção do contingente feminino atinge 40%.

As mulheres representam 41% dos ingressantes entre 2001 e 2010 e 37% dos que entraram na carreira a partir de 2011, conforme figura abaixo. 

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Ainda conforme o perfil do CNJ, hoje, as mulheres representam 44% dos juízes substitutos; 39% dos juízes titulares e 23% dos desembargadores.

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Apesar do aumento geral, no caso dos tribunais superiores, cujos cargos dependem de nomeação com critérios menos objetivos para serem ocupados, o número de mulheres caiu de 23,6% para 19,6%, nos termos do Diagnóstico da Participação Feminina no Poder Judiciário.

Levando-se em consideração o ramo judiciário, a Justiça do Trabalho é a que mais tem magistradas, com 47% do total, seguida pela Justiça Estadual, com 36%. A menor participação feminina na magistratura se dá na Justiça Militar Estadual, totalizando 3,7%, e na Justiça Federal corresponde a 32%.

Para a secretária-geral do Conselho da Justiça Federal (CJF), juíza federal Simone Lemos Fernandes, “o levantamento rotineiro e sistemático de dados é providência salutar, pois auxilia na percepção de eventuais problemas de desequilíbrio, na definição de estratégias e na implementação de medidas para possibilitar o aumento da participação feminina, ainda débil, no cenário jurídico nacional”.

Na Justiça Federal, os quadros de juízas substitutas do TRF 1ª Região, que agrega 13 estados e o Distrito Federal, revelam-se como os de menor representatividade em âmbito nacional, apresentando 31,61% de mulheres em sua composição. No entanto, o percentual se mostra bastante superior à posição de representatividade na segunda instância (27,91% de desembargadoras no TRF 3ª Região, que engloba os estados de SP e MS).

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 “De forma geral, é possível notar que o percentual de participação feminina na magistratura ainda é baixo”, concluiu o estudo do CNJ. Porém, o objetivo é mudar essa realidade para que cada vez mais as mulheres conquistem espaço na Justiça brasileira.

“O próprio símbolo da Justiça é uma mulher, porque a mulher tem esse ideal de Justiça dentro dela”, afirma a juíza federal Marcelle Carvalho, da 14ª Turma Recursal do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em entrevista ao programa Justiça para Todos, produzido pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

Para a magistrada, a união faz a força. Quanto mais mulheres se empenharem no objetivo, maior a probabilidade de se alcançar a equidade dentro e fora do Judiciário.

De acordo com a ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a participação feminina no Poder Judiciário tende a acrescentar valores na prestação de serviços jurisdicionais. “Precisamos tanto do olhar feminino quanto do masculino, da sensibilidade feminina em alguns aspectos e da masculina em outros. O equilíbrio de gênero colabora para que tenhamos uma Justiça plena para a sociedade”, afirma a magistrada.

Isso porque, naturalmente, a mulher tem um viés mais sensível e maternal, mas sem deixar a Justiça de lado, como enfatiza a desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso, do TRF1: “Nós temos os mesmos objetivos (dos homens): praticar e realizar a Justiça, mas carregamos este lado feminino e maternal e temos um olhar diferenciado, porém também somos duras naquilo que temos de ser”.

Veja, abaixo, a íntegra do programa ‘Justiça Para Todos’ dedicado às mulheres que operam no Judiciário.

Obstáculos e iniciativas - Integrante da Subseção Judiciária de Ilhéus, a juíza federal Clara Mota Santos Pimenta ingressou na magistratura como juíza federal substituta em Brasília/DF no ano de 2011. Um ano depois, atuou na Seção Judiciária da Bahia (SJBA) e em 2014 na Seção Judiciária de Roraima (SJRR), onde foi promovida à juíza federal titular.

Falando sobre as dificuldades encontradas durante a carreira, a magistrada afirma: “Comecei a enfrentar obstáculos mais acentuados a partir da minha promoção para juíza federal titular, que se deu para a cidade de Boa Vista, em Roraima, onde eu exerci minhas atribuições por pouco mais de um ano na 2ª Vara Federal. Na época, eu tinha uma bebê de cinco meses e fui morar distante da minha cidade natal, sozinha, com a minha filha. Tinha uma dificuldade grande de compatibilizar um trabalho, que é muito duro, com a criação de uma criança”.

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   Juíza federal Clara Mota Santos Pimenta   

Para Clara, a participação da mulher na Justiça Federal teve um aumento substancial, porém ainda não é o suficiente. “As juízas dão uma grande contribuição para a Justiça Federal brasileira, seja trabalhando em processos previdenciários e na efetivação de direitos sociais, seja trabalhando em processos criminais e relevantes ou em demandas cíveis, destacadas nas capitais. Vejo essa participação como salutar e, mais ainda, é uma participação a ser ampliada de modo que ela seja paritária com a participação dos juízes homens”, enfatiza a magistrada.

A juíza ressalta que ainda faltam alguns fatores para que o Poder Judiciário se torne mais igualitário nesse tema. “A participação feminina na JF e no Poder Judiciário pode ser aumentada por meio de maior engajamento das próximas magistradas, que podem passar a exigir que as funções de poder e funções que representam uma ascensão na carreira sejam compatíveis com a sua jornada e vida familiar”, afirma Clara.

Citando a Resolução 255, editada em 2018 pelo CNJ, que institui uma política de incentivo à participação feminina no Poder Judiciário, a juíza destaca que esse incentivo deve começar pela criação de espaços de visibilidade em cargos de chefia e em mesas de eventos científicos, por exemplo.

 “A ocupação paritária e equânime do espaço público não precisa ser, necessariamente, por meio de cotas ou de medidas de inclusão. Pode ocorrer por meio do fomento à visibilidade das mulheres, da maior participação, do engajamento e do interesse das próprias mulheres em ocupar essas funções”, declara a magistrada.

Na magistratura desde os 26 anos, a desembargadora federal Daniele Maranhão confidenciou que ao ingressar na área já tinha conhecimento de que era uma carreira predominantemente masculina.

“Casada, eu logo soube que nenhum dos cônjuges das colegas aprovadas nos concursos poderia acompanhar suas esposas, e muitas das esposas dos colegas puderam acompanhar os colegas homens. O que hoje parece uma condição normal, à época era o ônus que a mulher casada deveria arcar por sair de casa e por desejar ser juíza federal”, relembra a desembargadora (foto).

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   Desembargadora federal Daniele Maranhão   

Ela conta que as remoções também dificultavam a manutenção da vida familiar: “Quando fui promovida para o Tocantins, fui para o novo estado com um filho de quatro meses e deixei o outro em Brasília/DF, onde tinha casa com a família, por não existir escola para sua idade”, relata Daniele.

A magistrada só retornou ao Distrito Federal em 2000, após sete anos de seu ingresso na Justiça Federal, e, em 2017, depois de integrar quatro vezes a lista de merecimento, foi promovida ao Tribunal.

Segundo a desembargadora, a participação das mulheres na Justiça Federal é muito pouca, principalmente se comparada ao percentual de mulheres formadas em Direito. “Essa situação fica ainda pior quando subimos na carreira, com percentuais bastante reduzidos de mulheres e com dificuldades maiores que a dos homens para progredir”, afirma.

Para ela, várias medidas precisam ser tomadas para que haja igualdade dentro do Judiciário. “A primeira coisa é enxergar a diferença e acreditar que algo pode ser feito. Tenho conversado com mulheres e homens que não observam que existe desigualdade ou a reputam normal dentro da carreira. Há, também, uma percepção de que as mulheres desejam condições especiais que destoam da realidade ou que grupos que estudam gênero estão buscando vantagens”, explica a magistrada.

Daniele cita, ainda, a importância de se compreender que o espaço da mulher é necessário para que haja progresso no tocante a uma sociedade democrática e plural e no âmbito do Poder Judiciário ela descreve algumas iniciativas nesse sentido: “Há um espaço de grande relevância que foi criado pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a “Ajufe Mulheres”. No TRF1, há uma iniciativa, ainda em elaboração, do presidente Carlos Moreira Alves no sentido de criar um grupo de estudos para as questões femininas. Nesses grupos, inegavelmente, há muitas ideias em ebulição e propostas interessantes que podem vir a trazer esses números para um patamar que retrate a sociedade”.

Página Mulheres no Judiciário – Além de as iniciativas apontadas pela desembargadora federal Daniele Maranhão, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região criou, recentemente, a página “Mulheres no Judiciário”.

É um espaço destinado à divulgação de temas, dados, artigos, decisões e notícias relacionadas às mulheres que integram a Justiça Federal da 1ª Região. Na página, a sociedade pode acompanhar a evolução da representatividade feminina no Distrito Federal e nos 13 estados que integram a Primeira Região.

Daniele Maranhão é uma das idealizadoras da página, ao lado da juíza federal Clara Mota. A desembargadora explica a importância de se ter um espaço direcionado às mulheres em um ambiente predominantemente masculino: “É um sinal de que, no TRF1, respeitamos e buscamos compreender as questões de gênero sem preconceito nem tabus. E mais, retrata uma administração com conduta aberta a discussões e sensível às adversidades, dificuldades e anseios do segmento feminino. É o canal de que precisamos para levar nossas ideias, queixas e elogios ao sistema de Justiça, que busca um ambiente de equidade”.

A magistrada enfatiza, ainda, que a elaboração da página foi uma necessidade. “Dificuldades surgidas em ambientes de silêncio são, muitas vezes, rotuladas de inadequadas e inoportunas. Nosso ambiente é de publicidade, troca, estudo e desenvolvimento. Não há por que não se alinhar a essa ideia. Com o espaço no portal do Tribunal, toda a Justiça Federal da 1ª Região se reúne a fim de retratar diferenças e semelhanças da mulher terceirizada, da servidora, da juíza, da estagiária”, enfatiza a desembargadora.

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O ambiente virtual é hospedado no portal do TRF1 e ressalta ações positivas da Primeira Região sobre o assunto, tais como a notícia de que metade das vagas da promoção para juiz titular foi provida por mulheres, divulgando-se ainda decisões que se refletem na esfera de mulheres que são seguradas da previdência social, servidoras públicas ou afetadas por sentenças e acórdãos que tratam de direitos humanos. A página está sob a coordenação da juíza federal em auxílio à Presidência Denise Dias Drumond.

Daniele Maranhão elogiou a sensibilidade do presidente do TRF1, desembargador federal Carlos Moreira Alves, pela aprovação do projeto. “A reunião dessas ideias e o estudo delas decorrentes são imprescindíveis para buscar uma maior dignidade e qualidade de vida a todas as mulheres da Justiça Federal da 1ª Região. Daí por que elogio a sensibilidade do presidente no sentido de estimular esse canal”, finaliza a desembargadora.

 

Dia Internacional da Mulher na 1ª Região

Comemorado no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher homenageia conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres. A data também é uma oportunidade de se chamar a atenção para a necessidade de acelerar os movimentos em direção à igualdade de direitos e de condições de trabalho das mulheres em relação aos homens.

A cada ano, a data comemorativa tem um tema. O de 2019 é “Pensemos em igualdade, construção das mudanças com inteligência e inovação”. Segundo a ONU Mulheres, a representatividade feminina é insuficiente nos campos de ciência, tecnologia, matemática e design, o que acaba impedindo “o desenvolvimento de inovações ao gênero que permitam alcançar benefícios transformadores para a sociedade”.

Para a organização, “é vital que as ideias e as experiências de mulheres influenciem por igual o desenho e a aplicação das inovações que conformarão as sociedades do futuro”.

Nesse contexto, o TRF1, as Seções e Subseções Judiciárias da 1ª Região promoveram uma série de homenagens enfatizando a força feminina e relembrando conquistas das mulheres alcançadas.

O Tribunal promoveu, na parte da manhã, um aulão de defesa pessoal só para mulheres sob a orientação do professor de Muay Thai André Costa. Ele deu dicas práticas para as participantes de como se defenderem em situações de perigo, tais como assalto, estupro e violência doméstica.

Na aula, André destacou que, apesar de a arte marcial tailandesa ser voltada para lutadores profissionais, as técnicas de luta incluem defesa pessoal.

No turno vespertino, ocorreu a palestra “Ciclo da Violência: da agressão verbal ao feminicídio”, ministrada pela coordenadora geral do Departamento de Fomento à Inclusão Social e Produtiva Rural da Secretaria Especial do Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania, Andreza Winchler Colatto. Foi oferecido um café aos participantes do evento.

A abertura e o encerramento das atividades comemorativas ficaram a cargo da desembargadora federal Gilda Sigmaringa Seixas, que frisou a importância da união entre as mulheres e de se trabalhar em parceria para prestar auxílio àquelas que chegam desamparadas aos centros de assistência.

Fotos: Rafael Leal

A Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF) recebeu a cantora brasiliense Ellen Oléria, vencedora do programa “The Voice Brasil 2012”. A artista apresentou a palestra-show “Ecoando o melhor de si”, em que uniu conversas e canções.

Depois de cantar “Fé Cega, Faca Amolada” (Milton Nascimento/Ronaldo Bastos) e “Maria, Maria” (Milton Nascimento), Ellen falou sobre a condição de ser mulher, compartilhou histórias pessoais, comentou sobre sua homossexualidade e abordou com assertividade o feminismo.

Fotos: Raissa Alabarce

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   Cantora Ellen Oléria, vencedora do The Voice Brasil 2012, durante apresentação na SJDF   

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   Servidores da SJDF participam de palestra-show "Ecoando o melhor de si"   

O Núcleo de Bem-Estar Social (Nubes) da Seção Judiciária de Minas Gerais (SJMG) proporcionou uma série de atividades destinadas a magistradas, servidoras, prestadoras de serviço e estagiárias.

Cerca de 40 mulheres assistiram à palestra “Sexualidade: sentir e aflorar”, proferida pela fisioterapeuta especialista em saúde da mulher Márcia Roxo e transmitida pelo YouTube.

Após o discurso do diretor do foro da Seccional, juiz federal André Prado de Vasconcelos, que destacou a luta das mulheres por direitos iguais, pela conquista de espaço no mercado de trabalho e no enfrentamento da violência, o músico Cláudio Costa Val se apresentou encerrando o evento.

No dia 11 de março, a Seccional mineira promoveu um workshop de técnicas de montagem de arranjos florais, conduzido pela florista Bruna Rodrigues, que discorreu sobre a importância da escolha das flores para um arranjo e deu dicas de como escolher flores frescas e como cuidar dos arranjos para prolongar a vida útil dos buquês.

Para trabalhar a autoestima das servidoras, as Subseções Judiciárias de Montes Claros/MG e de Teófilo Otoni/MG apostaram em dicas de maquiagem e de cuidados com a pele e promoveram distribuição de cosméticos e kits de perfumaria.

Fotos: Secos/SJMG

A homenagem às mulheres na Seção Judiciária do Piauí (SJPI) ocorreu por meio da distribuição de cartas e bilhetes com mensagens motivadoras. As mensagens foram escritas pelos próprios servidores, que depositaram gestos escritos de admiração, entre os dias 28 de fevereiro e 7 de março, em urna instalada na recepção da unidade.

No dia 8 de março, a Secretaria de Comunicação Social (Secos) da Seccional distribuiu os bilhetes com textos autorais, poesias e letras de músicas às servidoras.

Com palestras sobre autoestima, hipnose clínica e benefícios da água e sorteio de brindes, a Seção Judiciária de Rondônia (SJRO) comemorou a data dedicada às mulheres. A diretora do foro, juíza federal Jaqueline Conesuque Gurgel do Amaral, abriu o evento. As palestras foram ministradas pela hipnoterapeuta Keel Costa e pela gestora da Hoken International Company Luzia Mendes.

Fotos: Secos/SJRO

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   Servidores da SJRO participam de palestra sobre autoestima, hipnose clínica e benefícios da água   

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   Luzia Mendes, gestora da Hoken International Company, fala sobre autoestima   

Apostando na qualidade de vida e no bem-estar de servidores, a Seção Judiciária do Pará (SJPA) lançou, no dia 8 de março, o Programa de Ginástica Laboral, que há tempos era uma demanda entre o corpo funcional.

Na ocasião, a fisioterapeuta Sandra Bastos conversou com os presentes sobre a importância da ginástica laboral para que o trabalhador, independentemente da atividade que exerça, possa observar posturas corporais corretas e habituar-se a adotar procedimentos aparentemente simples, mas que contribuem para melhorar o desempenho e evitar o aparecimento de problemas físicos, entre os quais estão as dores nas costas e as lesões por esforço repetitivo (LER).

Também foram sorteados brindes entre as servidoras, que puderam conhecer produtos de estética feminina apresentados por uma empresa de cosméticos. O sorteio ocorreu no auditório da Seccional.

Secos/SJPA

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   Fisioterapeuta Sandra Bastos demonstra exercícios de ginástica laboral para os servidores da SJPA   

Já na Seção Judiciária de Mato Grosso (SJMT), o Dia Internacional da Mulher foi comemorado com a palestra do juiz de direito Jamilson Haddad Campos, titular na 1ª Vara de Mato Grosso, especializada no julgamento de crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, com o tema “Violência Doméstica: o ciclo da violência e as constelações familiares”.

As servidoras da SJMT também participaram da aula de autodefesa com a luta Krav Maga, conduzida pela professora Taísa Guimarães, que explicou como sair de diversas situações de risco utilizando as habilidades certas.

Mas, muito além das comemorações, é necessário conscientização. A grande questão do tempo atual não é ser melhor que os homens, ou mostrar a superioridade de um gênero sobre o outro. O que deve reger uma sociedade é a igualdade. Por esse motivo, a luta pela liderança feminina se justifica.

Quando temos igualdade, ganhamos como brinde a liberdade para que as coisas sejam definidas pela meritocracia, e não por preconceitos. E esse é, em suma, o papel da mulher na sociedade: o mesmo papel do homem. Basta apenas que a sociedade comece a reconhecer isso em todas as suas esferas.

“A mulher hoje entra no universo da produção com um componente de sensibilidade e intuição e com um componente de coletividade distinto do que até então vinha sendo abrigada na sociedade. Somos gratas às mulheres que vieram antes de nós, mas sabemos que ainda precisamos avançar. Os diversos papéis exercidos pela mulher na sociedade tendem a ser flexibilizados com a luta social da igualdade”, complementa a desembargadora federal Daniele Maranhão.

“Acredito que existe muito a ser feito, mas o momento é muito positivo e auspicioso para construção de uma magistratura mais igualitária”, conclui a juíza federal Clara Mota.

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