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Sol, energia e economia

Seção Judiciária do Maranhão conclui projeto de implantação de quatro usinas de energia fotovoltaica e capta, do sol, mais de 50% da energia utilizada

Ana Paula Souza 

Dezembro 2021 / Janeiro 2022

 |   Ed.

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Sol, energia e economia

A sustentabilidade é uma tendência que cada vez mais ganha força em iniciativas públicas e privada. E no Judiciário não é diferente. A Justiça Federal da 1ª Região tem incentivado, de diversas formas, ações sustentáveis e uma delas é a implantação de energia fotovoltaica nas Seções Judiciárias.


A geração de energia pelo sistema fotovoltaico revela uma matriz energética inesgotável e de baixo impacto ambiental: o sol. E essa fonte de energia já é uma realidade na Seção Judiciária do Maranhão (SJMA).


Desde 2018, a Seccional vem realizando estudos de viabilidade para contratação de um sistema de geração própria. Em 2019, o projeto de implantação de usinas fotovoltaicas se materializou com a contratação, a montagem e o início da geração de três usinas: nos prédios Sede e Anexo II, localizados em São Luís, e na sede da Subseção Judiciária de Caxias/MA. O início do sistema de compensação com a concessionária de energia local foi em 2020. Ao todo, as três usinas geram 724,2 quilowatt pico (kWp).


Em dezembro de 2021, a quarta usina fotovoltaica foi implantada na sede da Subseção Judiciária de Imperatriz/MA. A nova usina tem capacidade instalada de 50kWp e já está totalmente montada e testada, mas ainda não entrou no sistema de compensação por depender de vistoria da concessionária local de energia elétrica, a fim de ser interligada à rede energética.


Vantagens

O servidor da SJMA e arquiteto Rogerio Cesar de Melo Viana, especialista em engenharia ambiental, explica que a geração fotovoltaica proporciona economia no quantitativo de energia elétrica adquirida da concessionária e migra a captação para a fonte solar.


De acordo com ele, em pouco mais de um ano de implantação do novo sistema, já se percebe os resultados: “Hoje geramos aproximadamente 60 mil kWh (quilowatt hora) por mês. Atualmente, nossa dependência de energia da concessionária representa 49% da média de 2018, último ano que não tivemos o impacto da geração fotovoltaica. Ou seja, mais de 50% de nosso consumo de energia é proveniente de geração fotovoltaica, causando uma grande economia de recursos”.


O arquiteto, que acompanhou a montagem das usinas, destaca que a geração fotovoltaica se mostra um excelente investimento em todas as métricas: “Se utilizarmos como grandeza a redução da pegada ambiental da SJMA, as usinas já instaladas representam 36,72 t de CO² que deixam de ser emitidos por mês na atmosfera, conforme cálculo da SOS Mata Atlântica. Utilizando como parâmetro a responsabilidade com os recursos públicos, podemos dizer, sem medo de errar, que a realidade está saindo melhor do que o planejado. Ainda em 2018, estimávamos um payback (retorno do investimento) de menos de 9 anos e uma vida útil da usina superior a 20 anos. Refazendo o cálculo em 2019, a estimativa já estava em 7,5 anos. O tempo passou. Agora em 2021, a bandeira tarifária, outrora aplicada em alguns meses do ano, já perdura por todo o exercício, inclusive com a adoção da Bandeira Escassez Hídrica. Devido à geração própria, nosso gasto com a bandeira tarifária é baixo ou até mesmo inexistente, como é o caso do Anexo II e da Subseção de Caxias. Indubitavelmente, atualizando os cálculos de retorno do investimento, o prazo será ainda menor”, avalia Rogerio.


A implantação de energia fotovoltaica em São Luís/MA, onde ainda funciona uma das poucas usinas a carvão mineral do Brasil – fonte reconhecida como uma das mais poluentes por kWh gerado –, é um passo revolucionário no que diz respeito à preservação do meio ambiente e à economia de recursos naturais.


Rogerio destaca que esse é, também, um ponto significativo quanto à importância no projeto. “Além de um exemplo de gestão de recurso, migrar uma parcela significativa do nosso consumo de energia para uma fonte de baixo impacto ambiental, como é o caso da energia fotovoltaica, representa uma ação concreta de responsabilidade da SJMA com a preservação do meio ambiente”, declara o especialista em engenharia ambiental.


Consciência verde

Que a energia fotovoltaica oferece grandes benefícios relacionados à sustentabilidade e apresenta bons resultados, é fato inquestionável. Mas a diretora da Secretaria Administrativa (Secad) da SJMA, Celia Silva, alerta que é fundamental manter a conscientização sobre o uso racional da energia elétrica.


“Mesmo com a economia gerada com a implantação das usinas fotovoltaicas, a economia no uso da energia continua. A campanha para utilização racional da energia elétrica deve ser contínua. Não é porque implanta-se a captação da energia solar que podemos deixar de procurar meios para, cada vez mais, economizar, tanto na aquisição de equipamentos que economizam energia em seu funcionamento quanto na educação dos usuários com relação à utilização da energia”, destaca Celia.

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