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Image by Hakan Nural

VACINA À VISTA

A chamada “segunda onda” da Covid-19 aumentou o alerta vermelho quanto à doença em muitos países, inclusive o Brasil, o que faz crescer a expectativa pela vacina, em fase adiantada de testes por alguns laboratórios

Ana Paula Souza   |   Ed. 115 Nov 2020

Após oito meses de pandemia, os índices de isolamento no Brasil estão abaixo do esperado de 70%. Segundo dados do Mapa Brasileiro da Covid-19, da empresa In Loco, nas principais capitais brasileiras a porcentagem de pessoas que cumprem o isolamento social para prevenção do novo coronavírus não passa de 46%. Com o baixo isolamento social é cada vez maior a expectativa sobre um programa de imunização. Vacinas em todo o mundo estão em fase acelerada de testes e pesquisas para que a população mundial enfim consiga ser imunizada.

Até o dia 12 de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia feito o registro de 48 projetos de vacinas no mundo que estão sujeitas a testes clínicos em humanos. Desses estudos, 10 estão na terceira fase, a mais avançada, que envolve a participação de milhares de voluntários para se aferir a eficácia das fórmulas desenvolvidas.

Até agora, três laboratórios fizeram anúncio de que suas vacinas são mais de 90% eficazes: a farmacêutica americana Pfizer e sua parceira alemã BioNTech; a empresa americana Moderna e as autoridades russas e seu instituto de pesquisa Gamaleia. Além disso, continuam em andamento os projetos de vários laboratórios chineses e da Universidade de Oxford juntamente com a AstraZeneca.

Entre as técnicas usadas, são trabalhados produtos clássicos de vacinas inativas, que utilizam um vírus "morto" e também as "subunitárias", a base de proteínas, que ativam uma resposta imunológica. Esse caminho é o seguido pelas chinesas Sinovac e Sinopharm. Já a Universidade de Oxford e a Rússia se utilizam do adenovírus (uma família de vírus muito comum) por meio da técnica de vetor viral, na qual outro vírus é transformado e adaptado para combater a Covid-19. Essa é considerada a técnica mais inovadora. Vacinas de "DNA" ou "RNA", que utilizam fragmentos de material genético modificado para determinar os tipos de proteínas que as células devem produzir para combater o Sars-CoV-2. Esse mecanismo é utilizado na Moderna e na BioNTech/Pfizer.  

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA), responsável pela avaliação científica, pelo controle e pela monitorização da segurança dos medicamentos, explicou, em seu site (https://www.ema.europa.eu/en), que os prazos de desenvolvimento e aprovação dessas vacinas estão mais rápidos devido à emergência de saúde. Contudo, os requisitos relacionados à segurança são os mesmos das demais vacinas e não serão rebaixados devido à pandemia. Algumas empresas farmacêuticas garantem a vacina antes do fim de 2020, mas a OMS estima que esse prazo pode se estender até a metade de 2021.

Enquanto a vacina não vem...  

Enquanto isso, a principal maneira de se defender contra o vírus, que já causou a morte de mais de um milhão de pessoas no mundo e mais de 173 mil no Brasil, continua sendo a fórmula já aprendida: sair de casa o mínimo possível, portando máscara e álcool em gel. Os informativos veiculados nos e-mails institucionais da Primeira Região e Redes Sociais estão sempre alertando para os principais cuidados em relação ao coronavírus e ao andamento da doença – sobretudo neste momento, em que o mundo já começa a verificar um aumento de casos para muitos cientistas, a chamada “segunda onda”.

Fim de ano

As felicitações acaloradas com abraços e beijos, tão comuns nas festas de Natal e Ano Novo, não deverão acontecer em 2020. Essa é a orientação da OMS.  Mas se em algumas situações essa opção não for viável, as pessoas devem seguir algumas regras.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reuniu em uma cartilha orientações para diminuir os riscos de transmissão da Covid-19 durante o período de festas do Natal e do Réveillon. De acordo com o texto, o ideal é ”fazer reuniões com um limite de convidados, garantindo o distanciamento de dois metros e que, preferencialmente, o evento aconteça em local aberto e ventilado. Apertos de mãos e compartilhamentos de talheres e copos não são recomendados”.

Orientações completas estão disponíveis de forma on-line aqui. (https://agencia.fiocruz.br/sites/agencia.fiocruz.br/files/u35/_cartilha_cuidados_final-de-ano_2020-12-15.pdf)

O QUE É A SEGUNDA ONDA?  

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o infectologista-chefe do Hospital Santa Lúcia, de Brasília/DF, Werciley Júnior, explicou que, cientificamente, a “segunda onda de uma epidemia ou pandemia ocorre quando a região que está com o número de casos próximo a zero registra um aumento bruto e que se estabiliza”.

De acordo com o médico, “a segunda onda pode não ser pior que a primeira, já existe um pouco de conhecimento sobre o vírus e das estratégias de como enfrentá-lo. Por isso, é uma tendência que haja mais casos, porém, menor letalidade”.

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