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Alguns quilos a mais

Estudos revelam crescimento da obesidade entre os brasileiros durante o período de pandemia. Saiba como voltar a ter uma rotina saudável depois do isolamento

Ana Paula Souza  |   Ed. 130 abril 2022

Alimentação inadequada ou excessiva, sedentarismo, fatores genéticos, ansiedade... Esses são alguns fatores que ocasionam a obesidade, uma doença crônica que se caracteriza principalmente pelo acúmulo excessivo de gordura corporal.  

 

Uma pessoa é considerada obesa a partir do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), que avalia a relação entre o peso e a altura. Se o resultado for entre 30 e 39,9, o paciente é considerado obeso. 

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No Brasil, segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico realizada em 2018 (Vigitel 2018), divulgados pelo Ministério da Saúde, a taxa de obesidade no País saltou de 11,8% da população em 2006 para 19,8% em 2018, um aumento de 67%.


Obesidade e pandemia
Se antes da pandemia de Covid-19 – detectada no fim de 2019 – a situação já era preocupante, após as medidas de isolamento social para conter o avanço da crise global de saúde, a quantidade de pessoas que ganharam peso aumentou. É o que mostra um estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP): aproximadamente 20% dos adultos pesquisados relataram ganho de peso em 2020.


O estudo revelou, ainda, uma piora no estilo de vida do brasileiro durante a pandemia, com o aumento de tempo em frente às telas e do consumo de álcool, além da diminuição de atividade física. Combinações ideais que levam ao caminho da obesidade.

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Essa realidade foi percebida inclusive nos consultórios de nutrição. A nutricionista Potira Lima atesta que “de 70 a 80% dos pacientes chegaram no consultório se queixando de aumento do peso, que variou de 2kg até 15kg durante o período da pandemia. Estudos já vêm mostrando isso, inclusive com as crianças. A Organização Mundial da Saúde prevê que tenha, até 2025, 75 milhões de pessoas obesas no mundo e, com certeza, a pandemia agravou isso consideravelmente”. 

 

Segundo a nutricionista, o isolamento deixou as pessoas mais ansiosas e a comida foi uma espécie de refúgio para essa situação. “Isolados em casa, a comida abraçou as pessoas, que muitas vezes estavam tomadas por sentimento ansiedade, e o resultado foi descontar essas sensações no alimento. E as escolhas foram as mais diversas, pois quando se está nessa busca de que a comida traga prazer e alento, nós vamos atrás de alimentos processados, ricos em açúcar e em gordura saturada. Além disso, com as academias e parques fechados, até o exercício físico ficou prejudicado e isso também ajudou no aumento do ganho de peso”, explica Potira. 

 

Sinal de alerta  

O problema da obesidade não se resume à estética e aos ‘quilinhos’ a mais. “Quanto maior o índice, mais chances de o paciente desenvolver diabetes, problemas cardiovasculares e nas articulações, hipertensão arterial e depressão, aumento do colesterol e triglicérides, diabetes, apneia do sono, acúmulo de gordura no fígado, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e pode estar associado ao surgimento de alguns tipos de câncer e problemas diretamente ligados à pior qualidade de vida e à menor longevidade”, alerta o médico endocrinologista Paulo Rosenbaum, em publicação feita pelo Hospital Albert Einstein

 

Por esses motivos, é necessário ficar alerta aos sinais do corpo, procurando ajuda profissional sempre que surgir algo incomum relacionado ao ganho de peso. Retornar ou começar a ter hábitos saudáveis com alimentação adequada, rotina de atividade física e até acompanhamento psicológico, se for preciso: essa tríade compõe o caminho de volta a uma vida longe da obesidade, afirma a nutricionista Potira Lima.  

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“O caminho de volta à normalidade é entender que a pessoa precisa de ajuda e de buscar uma rotina saudável e aí, muitas vezes, o nutricionista não consegue trabalhar sozinho quando se tem o quadro de ansiedade. Então, é preciso trabalhar de maneira conjunta com nutrição, terapia e atividade para que o indivíduo tenha hábitos saudáveis de vida em todos os quesitos”, explica a profissional.  

 

Para retornar ou começar com a alimentação saudável, a nutricionista indica o consumo de alimentos in natura (naturais) ou minimamente processados, além de comer vegetais no almoço e no jantar e frutas da estação – que oferecem vitaminas e minerais de maneira ideal. “As pessoas têm que se cuidar e buscar um peso saudável para longevidade e qualidade de vida”, pontua Potira.  

 

Quanto à atividade física, principalmente para quem já está obeso, o personal trainer José Hércules recomenda buscar orientação adequada com acompanhamento profissional, já que os exercícios devem ser direcionados. 

 

“É necessário trabalhar numa zona cardíaca de segurança e, por isso, se faz uma avaliação física para conferir pressão arterial e frequência cardíaca, a fim de saber como a pessoa está em termos de movimentos funcionais. Só então é feita a prescrição de exercícios com a ideia de acelerar o metabolismo dessas pessoas que estão com sobrepeso, pois não são todos os exercícios que elas vão conseguir fazer”, esclarece o educador físico.  

 

Mas, para aqueles que não conseguem ter esse acompanhamento constante, vale começar pelo básico. “Existem alguns exercícios mais comuns e mais fáceis de serem executados para começar, chamamos eles de exercícios para iniciante. Esses são fundamentais para o dia a dia do ser humano”, lembra José Hércules. Seja na academia ou ao ar livre, o importante mesmo é não ficar parado para evitar abrir espaço à obesidade. Cuide-se! 

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